sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Há de haver

Há os que preferem um lar,
Prefiro a calçada
Há os que desejam ficar,
Sou mais a estrada
Há os que são,
Eu não!

Aos que ficam; quanta sorte
Aos que se acostumam; quanta inveja
Aos que são; queria ser

Há de haver
Aos que como eu,
Procuram e vivem disso
Só por viver

Há de reconhecer
Que meu ser:
Procura por procurar
Acha por achar
Finge por fingir
E vive por viver

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terça-feira, 7 de abril de 2015

Labirinto: A entrada é a mesma que a saída

Há quanto tempo eu durmo e sinto que mundo está acordado? Penso o que mudou em mim, se já é passado. A mudança é contínua. Pode ser causa da rotina. Era pra ser plena a essência e acaba como incenso. Acende, perfuma, apaga e fica por mais um pequeno instante no ar. Nesse momento é dúvida incessante. Onde eu fui parar? Tão longe que nem dá pra enxergar? Ainda hei de resgatar?

As ideias se transformaram em lembranças. E elas nem mesmo se tornaram reais. Se é que existe caminho, estou sempre no desvio. Sobra tempo para o desnecessário. Pouco para os momentos. Aqueles que dão sentido a tudo. Faz ficar mudo, mesmo querendo gritar.

Há quanto me mantenho hibernado, buscando cada vez mais fardo que nem quero carregar?
Pode ser apenas lei de sobrevivência, e algumas vezes confunde com experiência. É a essência que doa seu lugar. Até porque não há como encaixar. Só tem um espaço para um só pilar.

Sobreviver até o fim cheio de conta pra pagar. Ou pagar para viver cheio de coisa pra contar.
É tão estranho o caminho e o abismo andarem lado a lado. E nem poder jogar um dado pra saber por onde andar. Por acaso, o acaso não existe. É só uma máscara que queremos colocar, para enfeitar uma série de escolhas, que no fundo nem fomos obrigados a tomar.

Se enfiar num labirinto, fingindo que é infinito só pra ninguém nos achar. Mesmo sabendo onde fica a saída, um lado sempre quer ficar. É mais confortável e mais aconchegante. Melhor que o desconhecido e melhor que ter que se adaptar. Matar aos poucos a vontade de sair parece mais fácil que encarar. A recompensa desse lado é menor, mas aqui já se sabe jogar.

- Alô? Tem algúem aí fora?
- Eu só queria conversar!
- A queda pro seu lado é alta? Será que dá pra pular?
- Ou é melhor ficar aqui? É melhor não arriscar?
- Me arruma uma escada? Ou vou ter que me virar?
- Acho melhor a gente trocar. Você me diz o que tem aí, que te conto do lado de cá.
- Preciso saber se posso ir. Não aguento mais ficar!
- Estou subindo. Resolvi tentar!
- Mas... mas os dois lados são iguais.
- Agora que percebi; eu é que tenho que mudar!

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quinta-feira, 12 de março de 2015

Breve suspiro

Uma gota cai no chão / O vento corta a janela / A respiração se entrega /
Um forte suspiro / Um tempo pra pensar / Entrega e delírio

Nunca houve um caminho, apesar de saber o destino.

Aperta tanto quanto espreme!

Mais uma gota cai /Ainda sim não cessa / Falta ar, luz e vela
Tão escuro que nem se enxerga / Não com olhos presos na terra

Ninguém sabe onde pisa antes de se cortar, e nem adianta falar.

Sente, sabe e desiste.

Coragem!
Quem tem sempre insiste:
     - Não há nada melhor que fugir da gaiola e tentar voo livre.

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quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Tanto querer

É de tanto querer, que não se consegue
O tempo não ajuda e o azar persegue
Falta algo
Vago sem resposta
Mago eu seria se soubesse o caminho
São tantas estradas para um só destino

Eu já sabia
Sabia que viria assim;
Como um fardo, cada vez mais pesado, ao mesmo passo que suave
Mais leve que qualquer voo de ave

É liberdade e prisão
Choro e sorriso
Covardia e coragem
Inferno e paraíso

Um lado sabe que vai passar, o outro receia que passe
É fase de lua
Queima e arde
Molha e resfria
Pra quê tanta algia?

Seria mais fácil se fosse com amigo
Era só dar conselho, era só dar abrigo
Agora é comigo

Retiro a saudade que disse que tinha de ti agonia
É vida e morte
Azar e sorte
Risos de ironia
Tanta coisa junta que até contagia
Seja angústia, ou seja alegria

É mandar mensagem sem poder endereçar
Parece que é de maldade e que não vai parar
Tá aí o resumo de algo sem rumo
Mas que insisto em saber onde vai dar

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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Quem procura

O que se sente no peito
Que é feito o leito,
Um jeito de acariciar

Acalmar as batidas
Respirar a ferida
Ainda mais doída, por ter que parar

É melhor sem ter hora,
Sem demora e deixar demorar

É melhor se for agora,
Fora o vazio que dá

Quem procura nem sempre quer achar,
Às vezes procura, só por procurar

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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Pó de vida

Decisões são infinitas
A escolha uma só
Nos resta a vida
Por fim somos pó
Foi tempo que o pensamento reinava
Águas passaram, a sede permanece
Prece, pedido, joelho no chão
Não! As rédias escassas criam atalhos
Trabalhos feitos sob pressão
O que nos resta é vida
O que nos sobra é pó
O que nós temos é morte
E o que desata o nó?
A garganta canta
Tanto quanto aguenta
Às vezes cantando alivia
Ficando calada arrebenta
O que sobra da vida?
Pó?

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quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Preenche mas esvazia

Tão forte que preenche, ao mesmo passo que esvazia
Enche a mente de ideia e traz consigo agonia
Tanto quanto se espera, se forma a poesia
O tempo que fora inimigo, agora corre com o dia
Transforma um pequeno momento, em fogo que queima e sacia
Vive pra esquecer que a vida não é como se queria
Abraça e olha nos olhos, com olhar de quem quer companhia
Merece muito mais que a oferta e ainda sim se entrega a alegria
Aperta com as mãos seguras, como quem se pudesse, embora nunca iria

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