quinta-feira, 23 de abril de 2009

BOOM EM MIM!

Sinto-me dopado, anestesiado, como se nada fosse me ferir. Disfarço na verdade tudo que sinto, e por fim carrego o mesmo pesar de sempre. Todos carregam aquilo que suportam, mas não deixa de ser doloroso. Meu espírito é livre, mas me vejo preso. Me apego a certos vícios. Assim ao menos iludo a sensação de liberdade, e por fim prendo-me ainda mais. Me deparo com divisões, dicotomias sucessivas. O fim do pavio me aguarda. Ainda que soe como uma hipérbole, estou prestes a explodir. Observo a cada conversa que esse é um sentimento coletivo, essa coisa que nos faz meros náufragos à deriva, procurando exaustivamente por um porto seguro. E isso não é exagero. Uso metáforas para melhor descrever, e mesmo assim pareço não dizer o que quero. Me destrói aos poucos e consecutivamente me fortaleço aos poucos. Sinto-me perdido. Sinto-me um contraditor. Talvez porque as verdades são mutáveis, variam pela situação, buscando ao tempo o ser ou não ser de Shakespeare, transformando no é ou não é do Renan.

Somos todos contraditórios. Somos todos hipócritas. Não estou de mal com o mundo. Nem o mundo está de mal comigo. Apesar de sempre existir entre nós uma tensão instável e maliciosa. Acabo sempre me conformando. Começo a desconfiar que o conformismo é um dos males dessa nossa era depressiva. Ora deixo-me levar pelo pessimismo, ora pelo otimismo, quando o que quero é ser essencialmente um realista. Ainda não parei ao certo para decidir onde estou e onde quero chegar. É isso o que mais me prende, quando na verdade deveria me deixar mais livre. Se não fosse essa minha idéia de equílibrio, teria me deixado levar pelo extremo. Talvez estaria mais feliz. Mas a escolha que fiz pode também me fazer feliz, e de parte já me faz.

Me observei e agora venho me policiando para não cair nesse sofisma, pois a pouco procurava algo que não pode ser encontrado; a plenitude. Digo que é "incontrável" (perdoem o neologismo irracional), pois nunca vi a felicidade plena. Como não vejo o concretismo presente, não posso crer nessa superabundância, ainda que pareça um ceticismo barato.
Mas agora em fé peço a mim mesmo que não perca a esperança. Eu sei o que eu quero. Quero o meu querer, não o alheio. Quero que o fim seja um fim, onde eu possa parar. Tenho para mim que o caminho mais árduo é o mais recompensável. E que o simples é o mais belo. Por fim quero ser completo todo o tempo, no início, meio e fim.

Desejo mais que tudo saber se sou somente eu ou tudo isso implica a todos!?
Inquieto e ansioso. Quieto e paciente. Analisando sempre os valores extremamente mutáveis da nossa sociedade. Analisando sempre o verdadeiro valor da sociedade.

Pena não ser burro, não sofreria tanto!

Mas prefiro mil vezes, ainda que seja intangível, ter esse incansável ser dentro de mim que sucumbir aos desejos de uma humanidade travestida e alienada.

BOOM

1 comentários:

Anônimo disse...

Fala Renan!Aqui é o Bruno.
Bem bacana esse texto serve pra bastante coisas que a gente deve pensar em nossas vidas.
Parabéns pelo blog.
Que Deus te abençoe!
Abraço

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